QUEM, AFINAL, ESTAVA COM A RAZÃO?

DO TÉCNICO PARA O POLÍTICO
DO POPULAR PARA O POPULISMO

Há na natureza humana um fascínio mórbido e contagiante pela agressão física; talvez uma reminiscência dos tempos em que habitávamos nas cavernas. Esta curiosa tendência acentua-se sempre que há grupos numerosos de indivíduos em disputa por uma coisa qualquer - um objecto esférico, por exemplo. Os sociólogos e psicólogos deleitam-se e escrevem resmas de teses de doutoramento sobre o assunto.

Mas, quem, afinal, estava pronto, ou minimamente teria reais condições – capital humano – para assumir a máquina pública? Essa é a discussão que tem sido promovida após a vitória do segundo mandato do prefeito Fernando Jordão (PMDB), CITO 2004. Num primeiro momento a celeuma estava no partido do governo PMDB – Aurélio no afã de ser o escolhido, ou como ele mesmo desabafava – tratava-se de promessa não cumprida – e santo nenhum gosta de quem atua com ledo engano. Pois bem, Aurélio foi preterido do processo, ou realmente não fazia idéia, ou já estava ciente, e quis jogar como amadorista da política, o que não foi nenhuma novidade.
A mixórdia já começa aflorar no mote do critério da escolha do candidato – aquele que deveria substituir o prefeito Fernando. Não se tinha idéia, ainda, se deveria ser pautado pelo capital humano ou político. Neste último, Aurelismo levava sem menor óbice, afinal, reunia os predicados necessários, já tinha ocupado uma cadeira no Legislativo, foi vice-prefeito, deputado estadual, pessoa ímpar no processo de avaliação do bojo político. Contudo, no que tange à semântica humana, não tinha formação necessária para cumprir tal gestão administrativa do município, mas sabia fazer bem os cálculos – é matemático. Esse não seria tão grande problema assim, já que a popularidade – infelizmente- paroquialmente falando, cumpre o papel de competência na administração pública, ou se avalia dessa forma por aqui.
Na corrida pela vaga estava, hoje, ex-secretário de Integração Governamental, Bento Pousa Costa, que reunia valores importantes, conhecia a Maquia Pública como ninguém, dispunha do apoio do prefeito, seu amigo particular, e o apoio do presidente do partido do PMDB, Marcos Silva e de vários partidos e claro, conchavo, do Legislativo. Até aí, tudo ia muito bem, se não fosse a Operação Cartas Marcadas, mudou o cenário. Então, tínhamos dois candidatos com poder de disputa: um dispunha de capital humano e outro de capital político; um era popular e outro era populista.
Com a queda do ex-secretário, ficou a vacância e os mais oportunistas resolveram se lançar – enquanto o prefeito cumpria sua maior tarefa: viajava. Ao chegar o cenário estava assim: João Massad (DEM) – ex-chefe de gabinete do prefeito - na briga pela vaga, que foi logo afogado pela bronca do prefeito. O vereador José Maria Justino (PR) avistou uma possibilidade real, mas foi logo sacudido pela cúpula que chamou atenção do parlamentar ao acordo firmado, quando ainda era postulante ao cardo de edil. João Massad tinha o técnico, é engenheiro, cultivava uma pouco do político também, já que era presidente do partido. José Maria tinha seu eleitorado. Os restantes ao se lançarem galgavam duas coisas: a geração de ‘boom’ no nome, ganhar visibilidade e/ou negociar. De qualquer forma chegamos ao Tuca Jordão (PMDB) que é técnico, ocupou importantes Secretarias da máquina pública, foi a carta de última hora. Não tem o político, isto é fato. Mas, se trocamos o popular pelo populismo, ou o político pelo técnico, beneficiando o povo, a gente supera!

cont...