quarta-feira, 28 de julho de 2010

ELEITOR: COMO DEVE SER O BOM CANDIDATO?

UMA LISTA QUE O SEU CANDIDATO TEM QUE TER...



Não adiante dizer que o eleitor avalia o seu candidato ou faz questão de tal, preocupado assim com a eleição que há de porvir, porém, sejamos francos, essa realidade, pelo menos em sua minoria, está mudando mesmo que de forma morosa. Mas, como realizar uma espécie de estrato biográfico do candidato, seja no âmbito federal, estadual, ao senado, e aos presidenciáveis que aí se apresentam no cenário eleitoral de uma forma clara e esclarecedora? A verdade é que a cultura intrínseca nesse processo de relação eleitor/candidato sempre nos traz o desconforto do capitalismo que se sobrepõe ao idealismo coletivo, pelo individual. Somos – alguns mais, outros menos por natureza ou necessidade – bem mais materialistas que humanistas. Vendemos a sogra por uma lata de lentilha e no final cobramos mais ação dos eleitos, como se tivéssemos direitos. E muitos candidatos sabem disso, e usam indiscriminadamente essa ferramenta para cooptar voto.
Dentro do eixo da reforma política poderíamos – por exemplo – embutir uma cláusula em que o eleitor que fizesse troca do seu voto fosse punido também com multa assim como é o candidato, e se tornasse inabilitado ao voto por uma eleição, uma forma de combater a corrupção que traz mazelas irreparáveis ao sistema eleitoral brasileiro e pior: ao povo; e punir o outro lado da moeda também; uma cultura que precisa ser extirpada do calendário dos candidatos e do eleitor. E cada vez mais ficamos distantes da lisura que se deve ter na relação entre candidato e eleitor.
Vejam vocês que não adianta haver na nação uma ampla reforma política se a reforma não começar internamente na consciência dos eleitores. Verdadeiramente, como o eleitor deve analisar um candidato apto para o cargo: acredita-se que o primeiro passo é observar a lisura do candidato, este não pode responder processo, ou não ter sido julgado alguma vez ou também em estado de investigação por denúncia ou prisão; este deve ter a biografia ilibada, irrepreensível, incapaz de ser questionado sob o ponto de vista moral e ético; este deve ter experiência como presidente de alguma instituição que mantenha ou manteve relação direta com a sociedade mais carente para entender e saber de perto os déficit’s nessa área; este deve ter instrução acadêmica com especialização na área de políticas públicas e gestão para entender o papel de um homem público; este deve ter no mínimo um plano de ação, governo, assim seja...
O mais grave nessa história toda é ver que a população ainda se rende ao poder de capital. Troca-se o voto por tijolos, telhas, cimento, R$ 50 reais, são valores mensuráveis pelo o imensurável. É preciso avaliar todos os pontos do candidato para aí sim tomar a decisão. Não se pode tergiversar de predicados tão fundamentais na construção de um voto ofertado nas urnas. Um tapa nas costas, porque é meu amigo, por que sorriu pra mim, ou simplesmente falou comigo na rua, também não justificam o voto do eleitor. É preciso entender que o voto é bem mais que isso. Ele ultrapassa a obrigatoriedade do voto, é um exercício de cidadania que precisa ser cultivado no dia a dia, um instrumento da democracia que ratifica e justifica o estado democrático de direito de cada um de nós.

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