O BOM BRASILEIRO É FANÁTICO
POR COPA DO MUNDO
A Copa do Mundo – apesar de ser a cada 4 anos – nos traz o sentimento nacionalista e ufanista de que o amor a pátria é mais do que levantar uma simples bandeira, usar aquela roupa ridícula que certamente nunca usaríamos no nosso dia a dia, fantasiar o carro que você tanto zela, pintar o muro de casa com uma figura pra lá de esdrúxula, desenhar a rua de norte a sul do seu bairro de forma esquisita, erguer bandeirinhas nos postes, gritar pra todo mundo ouvir que você carrega no peito o sentimento patriótico. É ser brasileiro de verdade, é reviver o que há de melhor no Brasil: o futebol da nossa seleção. Que loucura é a Copa do Mundo!
Naquele momento todos nós somos técnicos de carteirinha, damos aquela pitada durante os jogos, gritamos, berramos, ficamos até doentes porque nosso time não se saiu bem naquele jogo, se perder então, é arrufos na certa. Imagine o sofá de casa repleto de amigos gritando no seu ouvido, sujando a sua casa, olhando a sua mulher, paquerando sua filha, comendo a sua comida, usando o seu carro para comprar cerveja, tudo pra no final você ainda abraçá-los e agradecê-los pela companhia e pela bebedeira. Normalmente, você não faria isso, mas, durante a Copa do Mundo, a êxtase nos eleva a uma sublimação espiritual inexplicável. É como se estivéssemos em transe. Para tudo, o país deixa de arrecadar milhões, tudo para ter o prazer de 90 minutos ver o seu time perder ou vencer, chega ser hilário. Que loucura é a Copa do Mundo!
A nação se transforma em um grande coral em romaria a favor do Brasil. Tem gente que ora, reza, faz preces, uma apostasia geral nas doutrinas de suas igrejas. Nessa hora o que vale mesmo é pedir a Deus que dê a vitória ao time brasileiro. Como se Deus fosse tupiniquim. As pessoas se esquecem de seus problemas, tergiversam suas dificuldades, dão às costas para suas contas, suas dívidas, tem gente que é tão fanático – às vezes nem sempre por futebol – mas pela seleção, e que faz disso um grande carnaval. Como se o patrão tivera que dispensar mais cedo toda vez que o Brasil fosse jogar. Que loucura é a Copa do Mundo!
Vejam vocês que o próprio poder público é pressionado a fechar as portas mais cedo por conta do jogo. Ninguém quer saber da escola do filho, do nascimento do neto, da conta que vai vencer, do vestibular que está prestes a acontecer, do falecimento do amigo, tudo é motivo para comparativos malditos. Quando a notícia de falecimento chega, alguém sempre dispara: - será que isso vai trazer azar para o Brasil? E assim, nós brasileiros vamos vivendo a vida. Como diria Zeca Pagodinho: Deixa a vida me levar! De 4 em 4 anos o patriotismo brasileiro fica mais oriente, fica mais evidente, como se as classes sociais num único momento fossem uma só, como se o socialismo florescesse por alguns instantes em nome da nação, em nome do nosso time de coração.
Naquele momento todos nós somos técnicos de carteirinha, damos aquela pitada durante os jogos, gritamos, berramos, ficamos até doentes porque nosso time não se saiu bem naquele jogo, se perder então, é arrufos na certa. Imagine o sofá de casa repleto de amigos gritando no seu ouvido, sujando a sua casa, olhando a sua mulher, paquerando sua filha, comendo a sua comida, usando o seu carro para comprar cerveja, tudo pra no final você ainda abraçá-los e agradecê-los pela companhia e pela bebedeira. Normalmente, você não faria isso, mas, durante a Copa do Mundo, a êxtase nos eleva a uma sublimação espiritual inexplicável. É como se estivéssemos em transe. Para tudo, o país deixa de arrecadar milhões, tudo para ter o prazer de 90 minutos ver o seu time perder ou vencer, chega ser hilário. Que loucura é a Copa do Mundo!
A nação se transforma em um grande coral em romaria a favor do Brasil. Tem gente que ora, reza, faz preces, uma apostasia geral nas doutrinas de suas igrejas. Nessa hora o que vale mesmo é pedir a Deus que dê a vitória ao time brasileiro. Como se Deus fosse tupiniquim. As pessoas se esquecem de seus problemas, tergiversam suas dificuldades, dão às costas para suas contas, suas dívidas, tem gente que é tão fanático – às vezes nem sempre por futebol – mas pela seleção, e que faz disso um grande carnaval. Como se o patrão tivera que dispensar mais cedo toda vez que o Brasil fosse jogar. Que loucura é a Copa do Mundo!
Vejam vocês que o próprio poder público é pressionado a fechar as portas mais cedo por conta do jogo. Ninguém quer saber da escola do filho, do nascimento do neto, da conta que vai vencer, do vestibular que está prestes a acontecer, do falecimento do amigo, tudo é motivo para comparativos malditos. Quando a notícia de falecimento chega, alguém sempre dispara: - será que isso vai trazer azar para o Brasil? E assim, nós brasileiros vamos vivendo a vida. Como diria Zeca Pagodinho: Deixa a vida me levar! De 4 em 4 anos o patriotismo brasileiro fica mais oriente, fica mais evidente, como se as classes sociais num único momento fossem uma só, como se o socialismo florescesse por alguns instantes em nome da nação, em nome do nosso time de coração.
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