AVANÇAMOS NA EDUCAÇÃO

“Educação é uma descoberta progressiva de nossa própria ignorância”.

(Voltaire)

Por Jonathan Stockler

Eu sempre fui um defensor de uma política educacional qualitativa, não a que temos visto no Brasil afora: uma educação falida e comprometida em cumprir índices que fogem à realidade do educando e até do educador. Uma educação afugentada meramente em valores estatísticos, totalmente distanciada da verdade. Sou daqueles educadores que acredito no que o filósofo Pitágoras expressou: “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”. Quantas crianças e jovens estão sob o julgo da ociosidade, à mercê da violência intrafamiliar, das drogas lícitas e principalmente das ilícitas. Meninas de 10 e 12 anos grávidas, rapazes de 13 e 15 anos assumem cada vez mais de forma prematura a paternidade, isso quando resolvem reconhecer o filho. O problema é tão grande e grave que na escola municipal do Ariró, comunidade que lecionei por 2 anos, presenciei meninas de 15 anos engravidarem como se aquilo fosse normal naquela fase da puberdade.
Em Angra parece que resolvemos despertar para essa mazela que aflige nossa cidade. O prefeito Tuca deu um passo importante ao oficializar e priorizar as escolas em tempo integral. Há anos como professor e presidente de grêmio estudantil vem categoricamente cobrando do governo uma postura mais incisiva no que tange ao investimento educacional. Educação é tudo. Agora, posso sorrir um pouco mais ao saber que teremos duas escolas em tempo integral e o auxílio educacional destinado aos acadêmicos sai do papel finalmente e vai de encontro ao apoio da materialização do sonho dos jovens: ter uma formação universitária. É a qualificação profissional chegando.
Mas, não foi somente isso que avançamos na educação. A criação da Coordenadoria da Juventude foi um passo fundamental dado na democratização da informação de políticas públicas para a juventude. Em 2007 realizei o 1º Seminário de Políticas Públicas para Jovens da região da Costa Verde. Lá retiramos através dos debates promovidos no encontro um Protocolo de Intenção para por em prática em qualquer linha política de governo. Este Protocolo tem a propositura de nortear exatamente o rumo dos jovens, dá uma direção para implantamos na cidade uma educação interativa e eximirmos de uma só vez a idéia errada de que educação se constrói com técnicas pseu-pedagógicas, cumprindo a cartilha dada, ela é muito mais humana que técnica, a transformação não acontece se não entendermos que a unicidade entre família, comunidade e escola é uma tríade fulcrada em valores que não podem ser construídos entre duas paredes, deve está entrelaçada com o teórico e o empírico. E tenho de reconhecer, o plano de governo educacional tem lá seus méritos, cada vez mais estou convencido – apesar de ter de melhorar muito – a educação do município tem avançado, seja no conteúdo programático, seja na diminuição da evasão escolar, seja na inclusão social e digital, seja no combater imponente ao analfabetismo.
Não resolveremos em quatro anos o déficit que existe na educação local, no entanto, demos sem dúvida vários passos importantes na engendramento de uma educação consolidada na formação de cidadania, onde as escolas não sejam apenas meros instrumentos mecanizados na conquista e esperança de se catequizar indivíduos, e sim, principalmente, uma peça essencial no combate a corrupção e na dignidade da pessoal humana.